Inverno aumenta risco de doenças respiratórias em pets: saiba como proteger seu animal 3 min de leitura

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Especialista explica sintomas, formas de prevenção e a importância das vacinas durante o tempo seco e frio 


Com a queda das temperaturas e o aumento da secura no ar, cães e gatos ficam mais suscetíveis a desenvolver doenças respiratórias. Os riscos se intensificam com as mudanças bruscas de temperatura, baixa umidade, ambientes fechados e maior concentração de poeira — criando um cenário propício para infecções respiratórias em animais de estimação, especialmente durante o inverno. 

Segundo o professor Brener Amadeu, do curso de Medicina Veterinária da Una, é nessa época do ano que as ocorrências aumentam, principalmente entre cães braquicefálicos (de focinho curto), animais de vida livre e aves. “O clima frio e seco resseca as vias respiratórias, favorece o acúmulo de poeira e reduz a imunidade local. Isso compromete a defesa natural do organismo e facilita o aparecimento de infecções”, explica. 

Principais doenças e sinais de alerta 

Entre as doenças mais comuns em cães estão a Tosse dos Canis (Traqueobronquite Infecciosa), a Gripe Canina (Influenza) e a Pneumonia. Já nos gatos, destacam-se a Rinotraqueíte Viral Felina, Calicivirose e também a Pneumonia. 

Os tutores devem ficar atentos a sintomas como tosse, espirros, secreção nasal ou ocular, respiração ofegante, chiados ou roncos. “Muitos desses sinais são sutis no início, mas indicam que o sistema respiratório está comprometido e precisa de avaliação”, orienta o professor. 

Além dos check-ups de rotina, é fundamental buscar ajuda profissional diante de sinais como tosse persistente, dificuldade para respirar, falta de apetite, mudanças de comportamento ou secreções incomuns. “Quanto antes o diagnóstico for feito, maiores as chances de recuperação sem complicações”, ressalta. 

Proteção muito além da roupinha 

Apesar de roupinhas serem aliadas no combate ao frio, é importante observar o tipo de tecido e o tempo de uso para evitar alergias ou superaquecimento. “O ideal é que o animal esteja agasalhado, mas também em um ambiente abrigado, com caminhas elevadas, mantas e piso seco. Evitar banhos frequentes e priorizar passeios em horários mais quentes do dia também fazem parte dos cuidados”, afirma Amadeu. 

A exposição ao sol, feita com responsabilidade, é recomendada. “É importante para a síntese de vitamina D e melhora o bem-estar geral do animal. Mas precisa ser em locais sem vento direto e por um tempo controlado, de 15 a 30 minutos ao dia”, complementa. 

A importância da prevenção 

A vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenção. “Existem vacinas específicas para doenças respiratórias, e mantê-las em dia é fundamental, principalmente no inverno. A vermifugação também colabora, pois fortalece o sistema imunológico”, destaca Amadeu. 

Ambientes limpos, ventilados e com umidade controlada são ideais para pets com histórico de doenças respiratórias ou alergias. Evitar produtos de limpeza fortes, aromatizantes e tecidos que acumulam poeira é essencial. Umidificadores e até baldes com água podem ser usados para melhorar a qualidade do ar em locais muito secos. 

Zoonoses e raças mais sensíveis 

Amadeu alerta que a transmissão entre animais e humanos é possível, ainda que rara. “Alguns vírus, como o da gripe e o SARS-CoV-2, já demonstraram potencial zoonótico ou antroponótico. A convivência exige atenção e higiene.” 

Raças como pug, shih-tzu, buldogue e pequinês merecem cuidados redobrados. “Esses animais têm uma anatomia que dificulta a respiração, com narinas estreitas, palato alongado e traqueia menor, o que os torna mais vulneráveis”, finaliza o professor.